SINTRA, local de amores e encantos, belezas incontornáveis, grande fonte de
inspiração de artistas que legaram um vasto património literário.
Sintra
recheada de encantos históricos envolvidos por uma beleza mágica, entre
castelos e palácios, é dos poucos locais
que por muito que se visite, fica sempre algo por descobrir e a vontade de
voltar!
Hoje
fica o registo de um dos encantos desta “joia” portuguesa, que a tornam única!
Quinta da Regaleira
Estacionado o carro, iniciámos o passeio com um bom exercício 😊 seguindo pela
estrada ingreme entre a Quinta da Penha Verde e a Quinta da Fonte dos Cedros.
Perto do Palácio de Seteais aproveitamos para descansar e apreciar os encantos da
Fonte Real ou del Rei. A Fonte Real de formato em semi-círculo é delimitada por
um muro da antiga tapada da Quinta da Penha Verde, fonte com duas bicas em
forma de jarro, mas desta vez somente uma bica vertia água.
De
plano guia na mão fomos à descoberta dos exuberantes cantos e recantos mágicos
que envolvem o Palácio da Quinta da Regaleira com todo o seu romantismo
eminente!
A sensação
de magia da Quinta da Regaleira envolve-se
em todos os jardins labirínticos num espaço sofisticado,
entramos nos seus túneis sem saber muito bem o que vamos encontrar, aqui
e ali vamos nos deparando com símbolos religiosos secretos, jardins ocultos e
outros objetos misteriosos.
Caminhando
pelo Patamar dos Deuses vamos desvendando a mitologia clássica que inspirou
Carvalho Monteiro para os jardins da Regaleira, ao longo do Patamar dos Deuses vamos
nos inspirando com as nove estátuas dos deuses greco-romanos, que representam as divindades clássicas: Fortuna, Orfeu,
Vênus, Flora, Ceres, Pan, Dionísio, Vulcano e Hermes.
Mais à frente no
Patamar dos Deuses deparamo-nos com um leão que tem como principal intenção
representar a monarquia, especialmente o Rei.
Continuando
o nosso percurso, chegamos à Fonte da Abundância. No espaço da Fonte da
Abundância encontra-se um banco de nos permite observar o seu formato em
semi-círculo, com um trono e um altar, este espaço tem um significado
místico, algo de sagrado, indo mais ao detalhe, reparamos que as pessoas no
banco têm todas o mesmo grau de relevo, exceção para a figura sentada no trono,
como todos os espaços da Quinta da Regaleira, a Fonte da Abundância é mais um
entre muitos que nos leva ao imaginário de contos e lendas de Sintra.
Carvalho
Monteiro, criou o seu teatro no Portal dos Guardiães, o Portal dos Guardiões podemos
comparar a um terraço.
O Portal dos Guardiões tem um túnel que chega a meio do poço iniciático guardado
por dois tritões.
No Terraço
das Quimeras ou Bancos do jardim observamos o simbolismo esotérico bem patente na
ornamentação dos bancos, vejamos o pormenor dos galgos e a taça do Santo Graal.
Continuando
a nossa viagem repleta de imaginação, criada no meio da natureza, estamos
na concha acústica do Terraço dos Mundos Celestes onde se fundem o Céu e a
Terra numa realidade sensível, que nos permite propagar pelo infinito.
Gruta
da Leda tem a forma ogival, com a figura de uma mulher com uma pomba na mão,
como companhia tem um cisne, observando bem temos a sensação que o cisne está
a morder a mulher.
Se transportarmos esta figura para o imaginário podemos pensar no canto do
cisne com a transmissão do conhecimento da “língua dos pássaros”, a pomba a
imagem da Imaculada Conceição com uma alusão ao nascimento de Cristo.
Capela
da Santíssima Trindade em estilo gótico e manuelino.
Na fachada estão
representados o Santo António e a Santa Teresa d’Ávila, ao cimo da porta de
entrada está representado o Mistério da Anunciação.
O
interior da Capela da Santíssima Trindade, embora simples torna-se grandiosa
pelo simbolismo, podemos ver no altar-mor Jesus depois de ressuscitar a coroar Maria,
Santa Teresa e Santo António repetem-se, em painéis de mosaico, também observamos
um vitral com a representação do milagre de Nossa Senhora da Nazaré a D. Fuas
Roupinho.
O
Globo Celeste e a Cruz da Ordem de Cristo, rodeados de pentagramas estão
inscritas no chão em azulejos.
Mais à
frente temos a fabulosa Torre da Regaleira, continuamos num mundo surreal, com
vistas fabulosas, o
Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena visíveis no horizonte, no topo da Torre da Regaleira, temos a ilusão que nos encontramos no eixo do mundo.
Toda a
arquitetura predominante dos estilos neomanuelino e renascentista da Quinta da
Regaleira estão bem patentes no Palácio, Capela e demais construções.
Dr.
António Augusto Carvalho Monteiro, adquiriu e ampliou todo o romantismo que
pertenceu à Viscondessa da Regaleira, entre 1848 e 1920. Detentor de uma
fortuna prodigiosa, que lhe valeu a alcunha de Monteiro dos Milhões, associou
ao seu singular projeto de arquitetura e paisagem o génio criativo do
arquiteto e cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).
Carvalho Monteiro, homem
de espírito científico, vastíssima cultura e rara sensibilidade, bibliófilo
notável, colecionador criterioso e grande filantropo, deixou impresso neste
livro de pedra a visão de uma cosmologia, síntese de memória espiritual da
humanidade, cujas raízes mergulham na Tradição Mítica Lusa e Universal.
Visitar a Quinta da Regaleira é viver magia, simbolismos, esoterismo, testar os nossos limites e conhecimentos.
Entre sonhos e realidades, assim termina mais um dia repleto de maravilhas e encantos nesta Sintra misteriosa!
Sem comentários:
Enviar um comentário